Abrir Fechar

A Ponte que nos liga

Som da Ponte

Introdução

O desígnio de uma Ponte sobre o Tejo, em Lisboa, remonta a meados de mil e oitocentos.

O primeiro projeto registado pertence ao Engenheiro Miguel Pais, que preconiza em 1879 uma ponte rodoferroviária para ligar a zona oriental de Lisboa ao Montijo.

Em quase um século, muitas ideias surgiram, mas o sonho não se cumpriu.

Os anos de 1950 foram decisivos no que respeita aos estudos sobre a travessia, tendo culminado com a criação do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e com o lançamento do Concurso Público Internacional, na localização atual. A partir dessa data, o projeto não sofre mais revezes: em 1962 a obra começa e, antecipando o prazo de execução previsto, é inaugurada como uma “estrela” do Estado Novo em agosto de 1966.

A verdade é que estavam criadas as condições para o crescimento da Península de Setúbal. A aposta no setor da indústria naval e no turismo de sol e praia, a importância da abertura aos territórios do Sul e do Algarve e a dinâmica de dependência da cidade de Lisboa, gerando crescentes movimentos pendulares, ao mesmo tempo que leva os migrantes para as suas periferias, determinam a necessidade inadiável da Ponte sobre o Tejo.

Após a sua construção, os concelhos da primeira coroa, designadamente Seixal e Almada, sofrem um intenso processo de urbanização e de periferização, que transforma radicalmente o seu território e o seu tecido social.

Carros na ponte
Comboio a passar a ponte

Linha do tempo

Comemoração dos 50º aniversário da Ponte 25 de Abril

2016

Comemoração dos 50º aniversário da Ponte 25 de Abril.
Tabuleiro do comboio

1999

Às 13 horas e 30 minutos do dia 29 de julho foi inaugurado o Eixo Ferroviário Norte-Sul. Decorridos 33 anos desde a sua inauguração, a Ponte 25 de Abril foi aberta à circulação ferroviária.
Topo da ponte

1995

Abertura do concurso internacional e início das obras de reforço, alargamento do tabuleiro e inclusão da via-férrea na ponte e seus acessos.
Topo da ponte
Manutenção da ponte

1994

Conclusão do projeto.
Estrutura da Ponte

1990

Iniciaram-se as diligências para a elaboração do projeto de instalação do caminho de-ferro na Ponte, adjudicado à firma Steinman Boynton Gronquist & Bridsal.
Pilares da ponte

1974

Logo a seguir à Revolução de 25 de abril de 1974, o seu nome foi mudado para Ponte 25 de Abril.
Ponte com carros em 1966

1966

A 6 de agosto é realizada a cerimónia de inauguração e abertura ao tráfego da Ponte sobre o rio Tejo, 6 meses antes da data inicialmente prevista. Semelhante à Ponte Golden Gate, em São Francisco, chamava-se na altura Ponte Salazar.
Ponte com carros em 1966
Ponte vista do tejo em 1962

1962

No dia 5 de novembro inicia-se a construção da Ponte sobre o Tejo.
Construção da ponte em 1961

1961

É assinado o contrato para a execução da obra com um prazo de 51 meses (data prevista de conclusão: 5 de fevereiro de 1967).
Construção da ponte em 1960

1960

A 3 de maio teve lugar a abertura das propostas. A comissão de apreciação, presidida pelo engenheiro Duarte Abecassis, decidiu a adjudicação provisória à United States Steel Export Company, com algumas recomendações em relação ao projeto anterior, de 1938, sendo a condição principal que, mais tarde, a ponte pudesse adaptar-se ao tráfego ferroviário.
Cais do sodré

1959

Realizou-se o concurso público internacional, onde foram apresentadas 4 propostas.
Cais do sodré
Foto de Arantes e Oliveira

1958

O governo, por proposta do ministro Arantes e Oliveira, aprovou a construção da Ponte sobre o Tejo, ao abrigo da Lei nº 2094 de 25 de novembro. A centralização do estudo de todas as questões pertinentes à condução do empreendimento foi entregue ao engenheiro José do Canto Moniz, diretor dos Serviços de Conservação da Junta Autónoma de Estradas. Foi criado o Gabinete da Ponte sobre o Tejo.
Ponte vista do tejo

1957

Foi produzido o relatório que concluía que a travessia do Tejo por uma ponte ou por um túnel era viável técnica e financeiramente, o que constituiria uma realização de maior alcance económico para o País.
Foto de José Frederico de Ulrich

1953

Os ministros das Obras Públicas, José Frederico Ulrich, e das Comunicações, General Manuel Gomes de Araújo, nomearam uma comissão para estudar o problema das ligações rodoviária e ferroviária entre Lisboa e a margem sul do Tejo.
Foto de Penã Boeuf

1951

Penã Boeuf voltou a sugerir a construção de uma ponte suspensa entre Almada e o Alto de Santa Catarina, mas os estudos e sugestões não conduziram a qualquer realização, apesar do mérito que se lhe reconhece.
Foto de Penã Boeuf
Ponte de Vila Franca de Xira

1942

As Câmaras Municipais de Alcochete, Barreiro, Moita e Seixal pressionam o governo para melhorar as comunicações entre as sedes daqueles concelhos e Cacilhas. Foi nomeada uma comissão para o efeito, embora suspensa pouco depois, pelo facto de a decisão ter recaído na construção da Ponte de Vila Franca de Xira.
Documentos

1938

A United States Steel Products, um dos concorrentes do concurso anterior, apresenta uma proposta com simplificações e redução de custos. No entanto, a discussão de aspetos financeiros não levou a acordo e impediu a aceitação da proposta. No mesmo ano, o engenheiro Zuzarte de Mendonça defendeu a construção de uma ponte suspensa na Junqueira.
Documentos

1934

Os ministros das Obras Públicas José Frederico Ulrich, e das Comunicações, General Manuel Gomes de Araújo, nomearam uma comissão para estudar o problema das ligações rodoviária e ferroviária entre Lisboa e a margem sul do Tejo.
Planta Duarte Pacheco

1933

A 1 de fevereiro, o engenheiro Duarte Pacheco, então ministro das Obras Públicas e Comunicações, nomeou uma comissão para elaborar o programa de concurso público para a concessão da construção e exploração da ponte mista entre o Beato e o Montijo.
Planta Duarte Pacheco
Rio Tejo

1929

O engenheiro António Belo solicitou a concessão duma linha férrea, a estabelecer entre o Beato e o Montijo, que incluía a construção de uma ponte. Foi nomeada uma comissão para produzir um relatório, aprovado pelo Ministério do Comércio e Comunicações, que deu preferência à diretriz de Miguel Pais.
Esboços

1926

A firma Cortez & Brunhs, de que fazia parte José Cortez, agarra a hipótese de Penã Boeuf e esboça uma sugestão para uma ponte entre parte alta da Rua do Patrocínio e as proximidades de Almada.
Documentos de Alfonso Penã Boeuf

1921

O engenheiro espanhol Alfonso Peña Boeuf apresentou uma solução mista para o tráfego rodoviário e ferroviário: uma ponte com um tabuleiro único, com via-férrea dupla e quatro vias de circulação rodoviária. Este projeto provocou acesa discussão no Parlamento e, após vários anos de apreciação e de negociações, o Governo acabou por o rejeitar.
Foto de H. Burnay

1919

A empresa H. Burnay & Cia. propôs ao governo elaborar um estudo para a construção de um túnel entre Cacilhas e Santa Apolónia, assim como a concessão para a construção e exploração de várias obras no porto de Lisboa.
Foto de H. Burnay
Ilustração de ponte com comboio

1890

Uma empresa alemã, de Nuremberg, propõe a construção de uma ponte metálica na localização proposta em 1876 por Miguel Pais.
Esboçoes de Bartissol e Seyring

1889

Os engenheiros franceses Bartissol e Seyring sugerem a ligação ferroviária e rodoviária entre a Rocha do Conde de Óbidos e Almada, através de uma ponte com arcos. Mais uma vez o projeto não teve seguimento.
Chiado

1888

O engenheiro americano Lye propõe a construção de uma ponte, entre Almada e o Tesouro Velho na zona do actual Chiado, com uma estação ferroviária próxima do largo das Duas Igrejas.
Foto de Miguel Pais

1876

A primeira proposta para resolver a ligação entre as duas margens do Rio Tejo, na zona de Lisboa, foi traduzida, em termos técnicos, pelo engenheiro Miguel Pais que sugeriu a construção de uma ponte entre o Grilo e o Montijo. O projeto não teve seguimento.
Foto de Miguel Pais

A obra

A Ponte possui duas torres de cerca de 190 metros de altura e um comprimento total entre ancoragens de 2 300 metros, dos quais 1 013 metros de vão central. Cada cabo principal tem 58,6 cm de diâmetro e é composto por 11 248 fios de aço.

A Ponte obrigou à escavação de 6,6 milhões de m3 de rocha e solos, consumiu 300 000 m3 de betão e 82 000 toneladas de peças de aço.

Cada torre de aço demorou mais de 4 meses a ser implementada, os dois cabos principais pesam 8 000 toneladas e foram construídos in loco. A viga de rigidez foi construída por secções de 300 toneladas cada, transportadas por barcaça e içadas uma a uma.

Mas, apesar da sua imponência, é uma estrutura dinâmica e leve.

Uma estrutura flexível e com elasticidade* não quebra: verga e resiste. Da dinâmica estrutural vem-lhe a firmeza e a estabilidade. É resiliente ao atrito, ao vento e aos movimentos tectónicos.

Uma longa treliça** tridimensional constituída por pequenos triângulos, cabos de apoio e outras estruturas suportadas por milhões de parafusos. Não há opacidade, há luz e sombras, há tonalidades, há ligações de pontos e linhas e inúmeras formas geométricas. Pontos de vista, a partir dos seus meandros, ou de fora, sempre por descobrir.

Ponte em imagens

Ponte vista topo
Operários na ponte
Vista sobre a ponte
Topo da ponte
Construção da ponte
Inauguração da ponte
Primeiros veículos na ponte
Portageiros
Pagamento nas portagens
Vista da ponte com carros
Tabuleiro da ponte
Suportes superiores da ponte
Estrutura da ponte
Vista para base da ponte
Vista dos suportes da ponte
Vista da passagem do comboio
Vista arera Lisboa - Almada
Vista da estrutrura inferior da ponte
Cabos de sustentação da ponte
Vista da passagem inferiror do tabuleiro do comboio
Trabalhadores nos suportes da ponte
Trabalhadores na estrutura da ponte
Trabalhadores no topo da ponte
Centro de vigilânica
Centro de controlo
Trabalhadores na estrutura da ponte
Trabalhadores em baixo da estrutura da ponte
Intervenção nos sinais luminosos da ponte
Trabalhadores na estrutura inicial da ponte
Trabalhadores nos pilares de sustentação da ponte
Condutor comboio da ponte
Túnel do comboio
Estrutura inferior da ponte
Vista do pilar lateral da ponte
Vista lateral da estrutura inferior
Vista arera sobre a corrida sobre a ponte
Vista rio para a ponte de noite
Tabuleiro da ponte
Ponte em dia de corrida
Vista do Cristo Rei para a ponte

A ponte em números

Comprimento
1.012,88

Comprimento do vão principal (m)

Distância
2.227,64

Distância entre amarrações (m)

Material
72.600

Aço trabalhado e montado (ton)

Altura das torres
190,5

Altura das torres principais acima do nível da água (m)

Diâmetro dos cabos
58,6

Diâmetro dos cabos principais (m)

Profundidade do pilar principal
80

Profundidade do pilar sul abaixo do nível da água (m)

Profundidade do pilar principal
40

Profundidade do pilar norte abaixo do nível da água (m)

Altura acima do nível da água
70

Altura livre acima do nível de água (m)

Betão
263.000

Betão utilizado na construção (m3)

Terra e Rochas
6.500.000

Terras e rochas removidas (m3)

Trabalhadores
2.185.000

Número de trabalhadores na construção

Altura acima do nível da água
2.000.000

Custo total da obra (milhares de escudos)

Utilizadores diários

Utilizadores diários (rodovia)

Utilizadores diários comboio

Utilizadores diários (ferrovia)

Tempo de construção
45

Tempo de construção (meses)

Empresas envolvidas
14

Empresas envolvidas na construção

sabia que...

O 1º CARRO

O primeiro carro que atravessou a ponte foi um Austin Seven verde. Nas horas seguintes, atravessaram a ponte outros 50 mil carros.

PONTE IRMÃ

Diz-se que a Golden Gate Bridge, em São Francisco (EUA) é a "twin sister" da nossa ponte. Em comum têm o seu aspeto: são as duas pontes suspensas e têm uma cor vermelha muito bonita. Mas a verdadeira inspiração vem de outra ponte na mesma cidade norte-americana, a Bay Bridge, que apesar de ser branca é ainda mais parecida com a nossa.

A MAIS BONITA

Foi eleita a ponte mais bonita da Europa, em 2014, pela European Best Destination.

GRANDE OBRA

Na data da inauguração, era a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos.

AVENTUREIRO VOADOR

O atleta e base jumper português Mário Pardo saltou de paraquedas da Ponte duas vezes: em 2005 de cima de um camião TIR que circulava a 20km/h e em 2009 do topo de um pilar da Ponte.

O HOMEM ARANHA

Alain Robert que trepou mais de 70 edifícios – entre os quais a Torre Eiffel, em Paris e as Twin Towers, em Kuala Lumpur - veio "visitar" a estrutura em 2007. Trepou a Ponte onde haveria de ser detido e autuado pela "aventura".

GIGANTES INVADEM A PONTE

Para fazer o lançamento de "As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça & Pizzaboy III: Requiem" nas livrarias, os seus autores fizeram um anúncio viral tão sugestivo quanto fantástico. As notícias da SIC anunciavam uma Última Hora: "Aranhas gigantes avistadas na Ponte 25 de Abril, em Lisboa!". E assim foi.

Morada: Campus do Pragal
Praça da Portagem . 2809-013 ALMADA · Portugal

Telefone: 212 879 000
Email: geral@infraestruturasdeportugal.pt

DECLARAÇÃO DE Acessibilidade